sábado, 12 de março de 2011

LABORATÓRIO DE DANÇA E MOVIMENTO

Oi amigos,

Estou enviando a divulgação do trabalho que irei desenvolver voluntariamente em continuidade a 2 aulas experimentais dadas no semestre passado. Se você gostar da idéia venha! Se não puder vir, encaminhe este e-mail aos amigos que possam gostar.

LABORATÓRIO DE DANÇA E MOVIMENTO

Venha participar deste laboratório de auto-descoberta. Utilizaremos a dança como meio de percepção e expressão do corpo, deixando a espontaneidade surgir, experimentando novos movimentos e sentindo a criatividade aflorando em todo seu ser.

Em um espaço de acolhimento, respeito e amizade, utilizaremos a livre expressão corporal a partir de nossos ritmos, pulsações, e sensações internas desenvolvendo a vivacidade e a criatividade.

Valorizamos a dança como caminho de respeito às diferenças interpessoais e a aproximação de indivíduos, resgatando a diversid ade e a autenticidade e ampliando seu potencial, talentos e habilidades

Permita-se um tempo de prazer, acolhimento e relaxamento.

Quando? Inicio: 16 de Março de 2011 das 19h às 21h (8 encontros quinzenais)
Quanto? R$ 30,00 mensais (R$ 15,00 por aula)
Onde? Instituto MeCura – Rua Harmonia 1190, Vila Madalena – São Paulo

Informações e Inscrições:
MeCura: 3032-2670 / Denise Scótolo 8711-0241
mecura@mecura.org.br / contato@ateliedoser.com.br

sexta-feira, 11 de março de 2011

Mix de experiencias: Meditações, Aldeia Indigena e Litoral de Pernambuco ------ Fev/Mar 2011

Queridos amigos,

Me parece que o semestre passado, repleto de viagens, só fez crescer meu apetite por conhecer lugares, pessoas e a mim mesma. Resolvi então continuar minha jornada e vou compartilhar com vocês as ultimas experiências.

Giro Sufi Dervixe Mevleve

O pequeno grupo de simpatizantes do giro sagrado foi recepcionado por Dino, simpático italiano e proprietário de um pedacinho do paraíso chamado Rosa de Nazaré. Eu achei que girar seria algo extremamente fácil e prazeroso, mas logo nos primeiros minutos percebi que eu estava enganada: difícil, mas prazeroso! O giro acontece em espiral, mantendo os pés no chão, uma leve inclinação na direção do coração, o corpo no eixo e um semblante de paz. A cada aula, uma nova etapa da metamorfose da lagarta em borboleta. A cada aprendizado, uma maior entrega ao divino ali presente. A meditação em dança trouxe a experiência do movimento consciente que acolhe, amplia e se mantém na terra enquanto flutua com graciosidade.

Retiro de Meditação Vipassana

Após a transformadora primeira experiência com a Vipassana (em Junho de 2010), e com a prática diária da meditação, descobri meu caminho para a verdadeira paz de espírito. Na vipassana a cobiça, o apego e a repulsa saem de cena e dão espaço para a presença, para o aqui e agora, para a equanimidade que gera tranqüilidade e amor. Este segundo retiro me possibilitou entrar em contato com antigos padrões emocionais e experimentar a equanimidade em um nível mais profundo, fortalecendo em mim ainda mais o estado de presença gerador de paz e de amor.

Aldeia Indígena Fulni-ô

A possibilidade de passar uma semana junto aos meus tão admirados índios Fulni-ô encheu meu coração de alegria. Fui recebida por Patricia e por sua família. Reencontrei queridos amigos, fiz novos bons amigos, passei horas conversando, aprendendo e me divertindo com este povo que é suave e forte; divertido e reservado; expansivo e misterioso. Visitei a casa de antigos conhecidos, conheci a Aldeia do Ouricuri (lugar sagrado onde os Fulni-ô passam 3 meses em secretos rituais religiosos), fui em cachoeiras, comi frutas do pé e participei por 2 dias do Bloco de Carnaval Beija Flor Fulni-ô. Na concentração da casa do índio-vereador, recebi um chapéu de folhas e pinturas pelo corpo. O bloco saia puxado por um “carro-de-jeque” e o povo ia atrás, hora cantando suas músicas tradicionais em Yaathe (língua fulni-ô,) hora cantando samba-de-coco. Dancei, cantei, pulei, corri atrás do bloco e me diverti muito.

No município de Águas Belas, passeie pelas ruas, fui a bares e shows. Bom, os shows são um caso a parte: musica brega eletrônica de duplo sentido tocam 24 horas por dia na cidade (fora da Aldeia): durante o dia em carros fortemente equipados com potentes caixas de som; a noite no palco montado pela prefeitura municipal – e nos carros. Já que quem está na chuva é para se molhar, resolvi ficar em paz com este peculiar estilo musical e tentar me divertir. Consegui!! Fui até em um show do exótico Reginaldo Rossi! Só lá mesmo! Rsrsrs
Junto deste povo aprendi mais sobre a alegria e a leveza resultantes de uma vida simples, mas repleta de amizade, respeito e amor por quem se é.


Recife/Olinda/Porto de Galinhas/Maracaípe

Após me cadastrar em um site de viajantes, resolvi pedir hospedagem na casa de Carol (Recife). Sem conhecer-me anteriormente e sem nenhuma recomendação, Carol me aceitou como sua hospede e me permitiu “surfar em seu sofá” por alguns dias. Fui muito bem recebida por toda sua família, principalmente por sua “mainha”, que me mimou como seu eu fosse sua filha. Carol é estudante de Direito e de Artes Cênicas, então passa as manhãs e as tardes nas faculdades. Passeando sozinha pelo litoral Pernambucano, conheci (e reencontrei) pessoas incríveis de diversas partes do mundo.

Recife é ótimo, desde a praia de Boa Viagem, até o bairro do Recife antigo, tudo parece cuidadosamente planejado para agradar os 5 sentidos. Porto de Galinhas é outro paraíso: diversos arrecifes formam piscinas naturais de águas transparentes em tons verdes e azuis que encantam qualquer pessoa. Maracaípe é extraordinário: a junção de mar e rio em meio ao mangue cria paisagens extraordinárias enfeitadas por coqueiros, caranguejos e cavalos marinhos. Na Cia de Ivan (Italia), Amr (Egito) e Julien (Suiça), peguei jacaré nas ondas de 2 metros, passeei de jangada, andei no mangue, dormi na praia e me lambuzei com açaí.

O pré carnaval em Olinda foi um super presente: 1º: o encontro de Maracatu (que me arrepiava a cada batida); 2º: o desfile dos blocos infantis das escolas municipais, com crianças cheias de inocência, ritmo e disposição. Na quarta-feira de cinzas recebi outro presente: um show quase que exclusivo de Alceu Valença. Da sacada de sua casa, e após o insistente pedido de alguns foliões, Alceu apareceu e, sem microfone ou caixas de som, cantou sucessos para as poucas pessoas que se encontravam na porta de sua casa.

Entre risos e lágrimas me despedi de Carol, de sua família e de meus novos amigos. Voltei para São Paulo com vontade de ficar mais tempo em Pernambuco, mas agradecida pela oportunidade de poder ter vivenciado estas maravilhosas experiências.


Percebi que a cada vez que viajo, quero viajar mais, conhecer lugares, rever e fazer amigos, aprender sobre novas culturas... A cada lugar que eu vou, descubro um novo destino ainda não visitado, que se soma à lista dos já anteriormente desejados, seja por curiosidade ou por saudade. Não sei se vou conseguir parar, rsrs. Agora haja meditação para entrar estar em equanimidade e não deixar a cobiça por destinos me tirar do momento presente. Rsrsrs.

Um grande beijo no coração,
Denise

Voltei da India --------- Dez 2010

Amados amigos,

Com muita alegria e saudade retornei ao maravilhoso Brasil.

Volto diferente. Viajar pela India durante estes 3 meses mudou algo aqui dentro: uma paz , um sorriso interno, uma certa leveza e a certeza de que tudo está certo no fluxo da vida. Chamo isto de “presença”. Como diz Henry Miller “Um destino nunca é um lugar, mas sim uma nova forma de ver as coisas”.

A India é incrível. País colorido, alegre, celebrativo, com palácios, fortes, templos e monumentos minuciosamente construídos para encher os olhos de tanta beleza. A cada cidade um novo país. Diferentes costumes, diferentes sabores e paisagens deslumbrantes me faziam admirar cada vez mais aquele país.

Passei pela frenética Mumbai, pela jovem Puna, pelas praias de Goa, pela “medieval” Gokharna, pela devota Puttaparti, pela moderna Dehli, pelas majestosas Jaipur e Udaipur, pelas sagradas Pushkar e Rishikesh e pela indescritível Dharanshala. Cada lugar com sua peculiaridade, com sua beleza, com sua forma de funcionar.

Um pequeno incidente (um profundo corte no pé em Rishikesh) no meio da viagem me deixou de cama por alguns dias me forçando a mudar os planos e abdicar de alguns outros destinos. Não poder andar por quase um mês me trouxe um crescente sentimento de aceitação da vida como ela se apresenta a cada minuto. No quarto, ouvia músicas, agradecia a vida, pintava, escrevia e recebia a visita de desconhecidos que se tornaram verdadeiros amigos.

No caminho para Dharanshala crescia uma sensação de estar voltando para casa. Boqueaberta com as fascinantes paisagens dos picos nevados do Himalaya, sentia uma grande paz e emoção crescendo no meu coração. Cidade abrigo dos Tibetanos refugiados da violência promovida pela China, Dharanshala canta Om Mani Padme Hum e sorri. Lá pude participar de um curso/retiro de Budismo e tive a benção de participar de ensinamentos com Sua Santidade o XIV Dalai Lama por 3 dias.

O melhor da India? O povo. Gente amigável, com sorriso no rosto, com disponibilidade para ajudar, para conversar, brincar e rir. Povo com uma certa inocência misturada com esperteza e uma pitada de curiosidade. Definitivamente são especiais!

Durante a viagem pensava em ficar mais na India e sentia uma paz de espírito, meu coração batendo forte, feliz. Pensava no Brasil, lembrava do quão maravilhoso é este país, sentia saudade e me apaixonava cada vez mais por aqui. Deixei uma parte do meu coração lá, em algumas cidades, com algumas pessoas. Agora é hora de reencontrar os maravilhosos amigos daqui, comer a comidinha da minha mãe, dormir na minha deliciosa cama, sair para dançar e curtir tudo de bom que nosso Brasil tem. Vamos celebrar este reencontro!



Beijos no coração,

Denise.

Noticias da Africa e da India ------- Set/Out 2010

Amados amigos,

Hoje completa 1 mes que sai do Brasil para seguir minha jornada. Sinto-me feliz e grata por todos os acontecimentos destes ultimos 30 dias. Vou compartilhar algumas coisas.

Nossa primeira parada foi na Africa do Sul. Completamente diferente de qualquer ideia que eu pudesse ter anteriormente, Johanesburg me surpreendia todo o tempo. Predios e casas grandiosas enfeitavam as ruas largas, limpas e bem sinalizadas de "Joba", que tem como grande preciosidade seu povo. Joba e' um lugar de gente alegre, sorridente, amigavel e solicita. Conhecemos africanos negros, brancos, loiros, ingleses, holandeses, irlandeses e ate' uma divertidissima brasileira que nos recebeu em sua casa em nosso ultimo dia na Africa.
Os Parques para safari sao bem interessantes e uma boa opcao para quem quer estar mais perto da vida selvagem (prepare o bolso $$$$$). Fomos em um zoo na cidade e num safari no Lions Park. Foi uma delicia poder tocar os leoes bebes e receber um carinho das graciosas girafas.

Mudando mais uma vez de continente, chegamos na India pelo Aeroporto Internaciona de Mumbai. Quando pisei em solo indiano senti uma grande alegria e uma leve tontura (que durou uns 3 dias). Uma certa sensacao de familiaridade com aquele tao diferente lugar. Mumbai e' uma cidade grande, "moderna", agitada. Fizemos um completo city tour (de taxi) e fomos visitar a famosa (e em ruinas) Ilha de Elefanta com "seus templos-cavervas" para Shiva esculpidos pelo homem. No trajeto conhecemos Amit, nosso primeiro anjo da guarda indiano. Amit nos colocou em contato com uma extensa cadeia de amigos-guardioes para as demais cidades indianas.

A proxima parada foi Puna. No delicioso bairro de Koregaon Park conhecemos nossos outros guardioes. Divertidos e muito solicitos, nossos amigos de Puna continuam nos ajudando `a distancia. La, passavamos quase o dia todo no Osho International Meditation Resort, praticando os mais variados tipos de meditacao: em total silencio, gritando, pulando, dancando, celebrando...

Os proximos 5 dias foram no paradisiaco estado de Goa. Colonizado pelos portugueses e com suas lindas praias, coqueiros, mata verde, ar umido e uma certa liberdade, o Cristao Estado de Goa me lembrava o Brasil. Juntamente com o guardiao Sandish (membro da rede de anjos de Amit), participamos de uma gravacao para Boliwood. Foi muito divertido. Agora sou uma "estrela" do cinema indiano! rsrsrsrs - brincadeira.

Depois de tanto relax, fomos para Gokarna (Estado de Karnataka). Gokarna parece um vilarejo medieval inserido no litoral indiado. Ruelas e becos com mais de 200 templos dividem espaco com inumeras lojinhas e 5 lindas praias, dentre elas a famosa Om Beach.

Agora estamos em Puttaparthy, no Asharan do Sri Sathya Sai Baba. Sai Baba e' considerado por pessoas do mundo todo como um grande Avatar (Deus manifestado como homem, assim como Jesus para os Cristaos). Estamos aqui com a otima cia de Juan (um espanhol que conhecemos no Osho Resort e que veio ao nosso encontro) e de mais 5 brasileiras devotas de Sai Baba. Dentro do Asharan encontramos uma multidao de devotos (+ de 40.000 por dia) que se expremem em filas para receber o Darshan (bencao) do Swami Sai Baba. Do lado de fora, um grande frenezi e' implusionado pelos alegres e simpaticos comerciantes mulcumanos vindos da Kashimira. No meio de todo este agito, encntrei um lugar de silencio e paz em uma loja tibetana. Na cia de Timba (o dono), posso ficar em silencio, ouvir mantras, fazer pujas, admirar as belas estatuas de Buda e aprender sobre as Tangkas (delicadas pinturas repleta de simbolos e confeccionadas durante meses por monges em meditacao).

Ainda temos um longo periodo de viagens e de descobertas, mas posso afirmar que estou muito feliz, aprendendo mais e mais a cada dia. Me sinto completamente presente a cada minuto. Sinto uma enorme gratidao pela vida, pela possibilidad e de estar seguindo este caminho e por ter tantas pessoas maravilhosas na minha trajetoria (isto inclui voces).

Um enorme beijo no coracao,
Denise

Ps: desculpem a falta de acentos no texto, mas estou num computador indiano

Etapa Goiás -------- Jul/Ago 2010

Queridos amigos,


Acabo de retornar da 2a. etapa desta maravilhosa jornada. Volto com o coração apaixonado, com a alma lavada e com todo o meu ser repleto de alegria.

Pirenópolis é um lugarzinho lindo, pitoresco... Casas coloridas, molduras nos batentes das portas e janelas pintadas em listras. Cabaças pintadas, vasos vitrais, vestidos de chita, tapeçarias e bonecos enfeitam a cidade dos Pirineus do Brasil. As águas das cachoeiras refrescam o corpo aquecido pelo Sol do centro-oeste e os olhos verdes de Pernambuco iluminam o dia.

A experiência na Aldeia Multiétnica foi incrível. 9 etnias indígenas estiveram presentes durante o encontro, cada qual com sua peculiaridade, com sua beleza, com sua alegria. Dançamos com os Kayapós e Yawalapitis, participamos de um ritual de Capi com o pajé Kissbi (Dessana) e Getúlio (Krahô). Sentimos a força dos Fulni-ôs com seus cantos ecoantes e seus olhares penetrantes. Compartilhamos a suavidade dos Kaiowás, com seu jeito discreto e o forró para dançar. Assistimos ao futebol de cabeça dos Parecis, a alegria do povo Kalunga e a harmonia dos Kariris.
Dormíamos com o embalo das canções indígenas e acordavamos com canto de uma nova etnia. Na região do Vale da Lua, andavamos nas pedras, no mato cerrado, banhavamos no rio e nadavamos no poço. Comíamos comida simples e passavamos horas em integração com os índios.
Da proximidade com o povo Dessana surgiu um convite para passar um tempo na Aldeia (no Alto do Rio Negro - Manaus). A amizade com os Fulni-ôs foi lentamente crescendo e alegrando meu coração. Mais um convite foi feito. Pernanbuco está chamando...
Tivemos conversas, abraços, olhares, mudanças e muito aprendizado. A possibilidade de aprender com estes povos é imensamente rica, na qual a lição número 1 é o respeito.

O Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros estava delicioso . Vozes de diversos Estados troxeram canções que, ora emocionavam, ora alegravam o espírito. Violas, tambores, catiras, congo, cururus, siriris, suça, samba de roda, côco, cirandas, maracatu, baião e muito forró faziam o corpo dançar até o Sol raiar. De toda parte chegava gente para apreciar, aprender e se divertir. No circo, a criançada (dos 2 aos 100 anos de idade) ria com as apresentações dos Mamulengos. A feira de artesanato regional encantava com suas peças únicas e a praça de alimentação com produtos do cerrado enchiam a boca de água.

Alto Paraíso de Goiás continua sendo meu lugar sagrado. Como me sinto em casa nesta mágica cidade. Hospedados na casa de uma querida, passamos pouco tempo no centro. Dividindo o tempo entre o Encontro, cachoeiras, termas e a companhia de mais 3 amigos Pernambucanos (olha PE novamente), pude estar em paz e ter certeza de que lá, de alguma forma, é meu lugar.

Depois de um longo período na Chapada, chegamos ao Parque Estadual do Terra Ronca. Na divisa entre Goiás, Tocantins e Bahia, encontra-se um lugar com mais de 200 cavernas. A energia da ancestralidade é muito forte. É incrível pensar que toda a história da humanidade que conhecemos cabe no tempo de uma estalagtite. A paisagem empoeirada é enfeitada por enormes bocas de cavernas, rios, cachoeiras e buritis.

A festa do Bom Jesus da Lapa trouxe fiéis de diversas cidades vizinhas. Cavaleiros chegavam para ouvir a longa missa rezada na "igreja de pedra e luz". Minha consagração foi dentro de uma cachoeira, num pequeno vão entre a parede de pedras e a cortina de água que descia com deliciosa força, massageando o corpo.

O mês todo foi aquecido pelo fogo das fogueiras, refrescado pelas águas das cachoeiras e agraciado pela companhia de pessoas lindas, interessantes e com conteúdo. Descobri que o Cerrado é sagrado, que criamos nossa realidade e que viajar, definitivamente, é de meu agrado.
Pude aprender mais sobre mim na medida em que aprendia mais sobre o outro. Voltei cheia de idéias, de projetos, de sonhos, de realidades...

A proxima etapa é a Africa, depois a India. Tenho certeza de que esta jornada não irá terminar por aí. O Brasil é grande e lindo demais. Pernanbuco está chamando...


Um grande beijo no coração,
Denise

Retiro de Meditação Vipassana - 1 ----- Junho/Julho 2010

Acabo de cumprir uma importante etapa de minha jornada. Retornei no Retiro de Meditação Vipassana e ainda estou flutuando (mesmo com a correria desta semana).

Estes 12 dias foram muito intensos. Apesar do silêncio externo (não existe comunicação interpessoal durante 10 dias), a mente insiste em tagarelar, tagarelar, tagarelar... até que em um determinado momento nossa presença fica tão fortalecida que o silêncio interno surge. As dores (nas costas, nas pernas etc) desaparecem e tudo o que existe é paz. Desta paz nasce o amor e a compaixão.

Neste processo percebemos que a vida, em sua plenitude, é extremamente simples. O pouco já é o bastante e o menos se torna mais.

Vivenciamos Anicca (lê-se anidja), o sentido da impermanência, a percepção de que tudo o que surge irá, invariavelmente, desaparecer, então o apego e a cobiça só podem trazer sofrimento.

Percebemos que é mais fácil (e muito melhor) observar o movimento da vida e se permitir entrar no fluxo, ao invés de lutar contra a correnteza. O rio vai nos levar, querendo ou não, ele vai nos levar, então é mais gostoso soltar-se nas águas e apreciar a visual!

Durante estes 10 dias aprendi a dar conta de mim mesma, dos meus processos, inquietações, medos etc. Ficar comigo mesma me obrigou a olhar para dentro. Descobri muitas coisas lindas, me senti fortalecida e plena, em absoluta paz. Agora, inteira, é possível compartilhar amor.

Esta foi, sem sombra de dúvidas, uma das (ou a) experiências mais importantes da minha vida.

Conheci pessoas lindas, de todos os cantos do Brasil e de alguns outros cantos do mundo. Gente do mundo dos negócios, gente que cuida de gente, gente que cuida do planeta, gente careta, gente maluca, gente da cidade, gente bicho-grilo. Pessoas com histórias, com conteúdo, com vontade de estar em paz e de expandir em amor.

Poder ter participado deste “encontro” foi um presente da vida. Sinto-me muito feliz e com vontade de passar esta felicidade a cada um de vocês. Então fica a dica: quando tiver uma oportunidade (você precisa de 12 dias), vá! Eu já estou querendo voltar para lá! RS

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A mulher que ri


O texto abaixo, de Paulo Santoro, consta do folder de apresentação do espetáculo ^A mulher que ri^. Uma ótima peça sobre a transformação da miséria em poesia.

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Hoje em dia, mesmo com os ritos de passagem em baixa, continuamos a sofrer no mínimo as ritualizações involuntárias do tempo e das circunstâncias. Queremos sempre resistir. Cabelos brancos despontam, e compramos videogames para os filhos que, sem coragem, não geramos. O espelho parece confuso: aquela barba no rosto, e o menino só tem 10 anos. Limpamos bem a mesa para o quebra-cabeças de 3.000 peças, jogando ao chão o memorando e os resultados da colonoscopia.
Algumas vezes - que bom! - algumas vezes vencemos. Enxergamos o humor no absurdo, no arbitrário, no impossível. Rimos da fé e também da dúvida. Rimos do passado e das preocupações com o futuro. Rimos, e a brincadeira se faz à nossa volta, num carrossel de barcos ciscos potes tarifas rochedos marmitas prateleiras olerites abacates canivetes sepulturas valentias...